sexta-feira, 25 de março de 2011

Capitulo II

                                  


                                                               CAPÍTULO II

  O sol estava bem baixo, as pessoas voltavam do trabalho, todos animados, pois logo estariam em suas casas. Laura ia assobiando, pensando na festa que a aguardava. Na sua rua não havia ninguém passando naquele momento, os primeiros postes de luz já começavam a se acender. Ela olhou para trás. Por um momento pensou ter ouvido alguém chamar seu nome, mas não havia ninguém. Uma brisa cortava o silêncio, e um arrepio passou pelo seu corpo. “Estranho, não costuma ficar frio nessas horas do dia”, pensou ela.
   Quando já avistava sua casa, Laura apressou o passo. Tudo o que ela ouvia era o som de sua respiração e o farfalhar das folhas das árvores. Sentia seu pulso acelerado, olhava toda hora para trás, mas quando se voltou para frente, parou de andar subitamente. Parado, a alguns metros de distância havia um enorme cachorro preto que a encarava ferozmente. Mesmo de longe era possível ouvir o seu rosnado. Laura recuou alguns passos, mas o cão não se moveu nem um centímetro, e nem deixou de encará-la. Ela olhou ao redor para ver se havia alguém que pudesse ajudá-la. Não havia ninguém, mas ao voltar o olhar para onde estava o animal, não havia mais nada.
 Pensando que tivera apenas uma alucinação, ela continuou sua caminhada entre as árvores. Laura tentou se concentrar nas batidas do seu coração para não pensar no que tinha visto, mas não adiantou. Ouviu uma voz. Mas dessa vez ela não olhou para trás. Três vezes ela ouviu chamarem seu nome, uma mulher o gritava como se estivesse chorando desesperadamente. Muito assustada, ela começou a correr! Atrás de si, Laura ouvia um barulho nas folhas do chão, como se algo corresse atrás dela, como se algo com quatro patas avançasse em sua direção. Sem coragem para olhar, corria o mais depressa que podia, olhando apenas para frente. “Está chegando muito perto!”, pensou ela com um terror avassalador. Ela podia sentir o bafo quente do animal em suas pernas, e seus rosnados ferozes. Correu entre as árvores até que chegou ao seu jardim. Sem parar para chamar por alguém, Laura pulou a cerca, abriu a porta da cozinha, entrou e a fechou atrás de si trancando com a chave.
 Pensou que ali estaria em segurança, não precisava mais temer o animal. Ainda encostada de costas na porta, Laura foi escorregando até sentar-se no chão. Ofegante, ela tentava entender o que acontecera. “Nada disso faz sentido!”, ela sabia. Não havia animais como aquele por ali, e nunca fora de ouvir vozes! Mas seus pensamentos foram interrompidos quando começam fortes batidas na porta.




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